Foi já com alguma experiência de palco que, no dia 20 de Janeiro de 1995, os Apollo Errante voltaram a marcar presença na 2.ª edição do LousãRock, uma vez mais organizado pela Discoteca Padaria. Além desta banda, participaram ainda nesta mostra de música moderna os Vonavêmor, os Ratius e os estreantes (na altura) Peniscilina. De acordo com a notícia publicada no Trevim (que reproduzimos neste post), o nível de qualidade subiu, quando comparado com o registado na 1.ª edição do LousãRock. Casa cheia para assistir à actuação de quatro bandas genuinamente lousanenses e, pasme-se, todas a cantar na língua de Camões, o que hoje em dia é difícil de encontrar.
No que diz respeito aos Apollo Errante, apresentaram na formação Carlos Sêco (voz), Zé-Zé (baixo), Nuno Mouronho (guitarra), Nuno Marques (guitarra), Arnaldo Cardoso (bateria) e Fernanda Mingachos (voz e coros). As fotos são da autoria de David Santos. Oportunamente, colocaremos neste blogue vídeos deste LousãRock II.
terça-feira, 22 de junho de 2010
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Apollo Errante em concerto de solidariedade
13 de Novembro de 1994. Cine-Teatro da Lousã. Os Apollo Errante, Ratius e Vonavêmor são os cabeça-de-cartaz de um espectáculo de solidariedade para com Rosa Maria Bernardo, que se deslocou a Cuba para ser submetida a tratamento médico. Foi uma noite memorável... pelo menos, para quem pisou o palco e acredito que também para quem assistiu à actuação das três bandas lousanenses.Os Apollo Errante, nesta altura, viram a sua formação reforçada com a entrada de Fernanda Mingachos (voz e coros) e Nuno Marques (guitarra).
A 15 de Dezembro de 1994, o jornal Trevim publicava na página 13 um artigo de opinião sobre este concerto de solidariedade. O texto é da autoria de António Paulo Nunes e aqui fica reproduzido na íntegra:
(Des)concerto de solidariedade
ROCK (ALHEIO)
É da minha inteira convicção que se fosse o "Você Decide" - parte qualquer que fosse, encontraríamos tanta gente que a senhora repórter teria de vir também à rua para sacar a opinião de tantos entusiastas. É. Pelos vistos, solidariedade não faz parte do vocabulário lousanense. E se não fosse um concerto... "p'à malta" curtir...
Mas viva a música e os prazeres que ela encerra, visto que a noite prometia com os Apollo Errante e os Vonavêmor (que traziam na "bagageira" - leia-se curriculum - uma passagem pelo Rock Rendez Vous) e ainda, para acabar (e entenda-se como banda principal (como se dizia cá fora, à boca pequena) que "agora vêm aí... os Ratius".
Aos Apollo Errante coube a tarefa de aquecer os ânimos. E bem o conseguiram. Num ambiente que mais parecia um qualquer colóquio de letras e intelectuais ou recital para eruditos, eles quebraram o gelo e entusiasmaram. Agradável, não tão surpresa assim, foi a voz de Fernanda Mingachos, que veio variar o melo-dramatismo das harmonias de Carlos Alberto Sêco. Bons instrumentalitas, ainda têm muitos palcos a percorrer e algum trabalho a realizar para demonstrarem sem medos nem dramatismos do que são capazes. Para os Apollo, uma palavra de coragem.
O que são os Vonavêmor? Excelentes instrumentistas (não fossem quase todos estudantes de Conservatório) trouxeram a energia e a vivacidade de "putos" que querem mostrar o seu valor. Puxaram pelo público, leia-se "fans-fanáticos-apinhados-a-querer-trepar-ao-palco"! Até eram excelentes se fossem mais originais. Se cada introdução parecia querer dizer sim, é agora! era pura miragem! E lá vinha aquela amálgama, porque os putos acham que é bom, é "cool"!
O Hélder Bruno lembrou-me que estão a morrer os cantores e só ficam "assassinos". A agressividade positiva não se consegue só porque se berra e se dá pulos a abanar o "cabelão" (principalmente para quem, ainda há pouco, fazia música para meninos bem comportados). Não acham?
Nos Vonavêmor há criatividade a sério, maturidade musical q.b., mas onde está o toque de génio que fica na guitarra do Nuno Mouronho? Onde está o genuíno?
Só mais uma achega: quem viu e quem vê a bateria da Patrícia. Parabéns.
Os Ratius foram introduzidos como se entrassem a correr e foi assim: sem alma, quase sem corpo! Para tanto, ajudou a "super-guitarra" do Cristiano que abafou todo o resto. Esqueceram-se de puxar pelo público e ficaram à espera que o pessoal puxasse por eles. Mais uns minutos, ficariam a tocar sozinhos e mal, do tipo: ensaio!
Mas se, como se disse, o som estava péssimo, a postura distante do António Carlos (vulgo, "Rato"), com o seu ar de desnorte, "desanciou" os mais expectantes apreciadores da banda. E se, das três, são a mais original, pena é quem ouve um tema, ouve quase todos. Salva-se a simplicidade cruel das letras. a vontade, às vezes, não é suficiente.
Salvaram-se, no entanto e principalmente, umas tantas ou quantas bocas a que o "rato" já nos habituou.
Como nota final, imaginem quem foi seleccionado para o concurso de música moderna do Cascos de Rolha Bar, de Paços de Ferreira? Sem prémio, Apollo Errante e Vonavêmor.
A 15 de Dezembro de 1994, o jornal Trevim publicava na página 13 um artigo de opinião sobre este concerto de solidariedade. O texto é da autoria de António Paulo Nunes e aqui fica reproduzido na íntegra:
(Des)concerto de solidariedade
ROCK (ALHEIO)
É da minha inteira convicção que se fosse o "Você Decide" - parte qualquer que fosse, encontraríamos tanta gente que a senhora repórter teria de vir também à rua para sacar a opinião de tantos entusiastas. É. Pelos vistos, solidariedade não faz parte do vocabulário lousanense. E se não fosse um concerto... "p'à malta" curtir...
Mas viva a música e os prazeres que ela encerra, visto que a noite prometia com os Apollo Errante e os Vonavêmor (que traziam na "bagageira" - leia-se curriculum - uma passagem pelo Rock Rendez Vous) e ainda, para acabar (e entenda-se como banda principal (como se dizia cá fora, à boca pequena) que "agora vêm aí... os Ratius".
Aos Apollo Errante coube a tarefa de aquecer os ânimos. E bem o conseguiram. Num ambiente que mais parecia um qualquer colóquio de letras e intelectuais ou recital para eruditos, eles quebraram o gelo e entusiasmaram. Agradável, não tão surpresa assim, foi a voz de Fernanda Mingachos, que veio variar o melo-dramatismo das harmonias de Carlos Alberto Sêco. Bons instrumentalitas, ainda têm muitos palcos a percorrer e algum trabalho a realizar para demonstrarem sem medos nem dramatismos do que são capazes. Para os Apollo, uma palavra de coragem.
O que são os Vonavêmor? Excelentes instrumentistas (não fossem quase todos estudantes de Conservatório) trouxeram a energia e a vivacidade de "putos" que querem mostrar o seu valor. Puxaram pelo público, leia-se "fans-fanáticos-apinhados-a-querer-trepar-ao-palco"! Até eram excelentes se fossem mais originais. Se cada introdução parecia querer dizer sim, é agora! era pura miragem! E lá vinha aquela amálgama, porque os putos acham que é bom, é "cool"!
O Hélder Bruno lembrou-me que estão a morrer os cantores e só ficam "assassinos". A agressividade positiva não se consegue só porque se berra e se dá pulos a abanar o "cabelão" (principalmente para quem, ainda há pouco, fazia música para meninos bem comportados). Não acham?
Nos Vonavêmor há criatividade a sério, maturidade musical q.b., mas onde está o toque de génio que fica na guitarra do Nuno Mouronho? Onde está o genuíno?
Só mais uma achega: quem viu e quem vê a bateria da Patrícia. Parabéns.
Os Ratius foram introduzidos como se entrassem a correr e foi assim: sem alma, quase sem corpo! Para tanto, ajudou a "super-guitarra" do Cristiano que abafou todo o resto. Esqueceram-se de puxar pelo público e ficaram à espera que o pessoal puxasse por eles. Mais uns minutos, ficariam a tocar sozinhos e mal, do tipo: ensaio!
Mas se, como se disse, o som estava péssimo, a postura distante do António Carlos (vulgo, "Rato"), com o seu ar de desnorte, "desanciou" os mais expectantes apreciadores da banda. E se, das três, são a mais original, pena é quem ouve um tema, ouve quase todos. Salva-se a simplicidade cruel das letras. a vontade, às vezes, não é suficiente.
Salvaram-se, no entanto e principalmente, umas tantas ou quantas bocas a que o "rato" já nos habituou.
Como nota final, imaginem quem foi seleccionado para o concurso de música moderna do Cascos de Rolha Bar, de Paços de Ferreira? Sem prémio, Apollo Errante e Vonavêmor.
sábado, 12 de junho de 2010
Apollo Errante no LousãRock (18/02/1994)
Estávamos em 1994. Mais precisamente no dia 18 de Fevereiro. A Discoteca Padaria, na Lousã, recebia a 1.ª edição do LousãRock, mostra de música por onde passaram, na altura, três bandas lousanenses. Foram elas os Vonavêmor, os Ratius (que mais tarde passaram a chamar-se Kredo) e os Apollo Errante. No que diz respeito à última banda, esta terá sido a sua segunda apresentação ao público. Nesta noite, o grupo contou com duas colaborações. Além do Carlos Sêco (voz), Pedro (guitarra), Zé-Zé (baixo) e Arnaldo Cardoso (bateria), também tocaram com os Apollo Errante o Nuno Mouronho (baixo) e Rui Ramos (teclas). Estes dois últimos elementos eram parte integrante dos Vonavêmor. Conforme é possível ver nas fotos, ainda fazia parte da formação Pedro Duarte (guitarra) que, nas semanas que se seguiram, foi substituído por Nuno Mouronho, tendo este passado a desempenhar as funções de guitarrista principal. Oportunamente, divulgaremos imagens em vídeo desta noite memorável, em que, pela primeira vez, três grupos apresentaram o seu repertório composto de originais cantados em português. Pode dizer-se que, no dia 18 de Fevereiro de 1994, nasceu o pop/rock made in Lousã.
quarta-feira, 9 de junho de 2010
Como tudo começou
As primeiras fotos dos Apollo Errante (na altura, a avaliar pelo bombo da bateria, ainda se chamavam "Total Fiasco"). Fotos tiradas durante um ensaio em Rio de Vide, possivelmente em Fevereiro de 1992)
Surgido na década de 90, o grupo Apollo Errante faz parte da história do pop/rock produzido na Lousã. Além desta banda, também se evidenciaram os Vonavêmor, os Kredo e, mais discretamente, os Peniscilina. Os Apollo Errante marcaram presença nas duas edições do LousãRock que decorreu na Discoteca Padaria, tendo ainda participado na 7.ª edição do Rock Rendez-Vous, concurso cujo objectivo era escolher a melhor banda portuguesa.
Da formação inicial dos Apollo Errante faziam parte Carlos Sêco (voz), Arnaldo Cardoso (bateria), Zé-Zé (baixo) e Pedro Duarte (guitarra), além de Nuno Rafael Dinis (guitarra). Os primeiros ensaios tiveram lugar em Rio de Vide, concelho de Miranda do Corvo, de onde eram quatro dos cinco elementos. Foi naquela localidade que, aliás, teve lugar a estreia dos Apollo Errante.
O nome surgiu do fascínio de alguns dos elementos pela Antiguidade Clássica, tendo sido aventadas outras hipóteses. "Total Fiasco" chegou a ser uma das designações pensadas. Felizmente, os rapazes optaram por Apollo Errante, numa homenagem ao deus grego da música e às viagens espaciais, nomeadamente a que levou Neil Armstrong a pisar a Lua, a 21 de Julho de 1969, ano em que nasceu Carlos Sêco, o vocalista da banda.
Apostados em cantar em português, foi com temas originais, ora escritos por Carlos Sêco, ora por Zé-Zé, que a banda se apresentou ao público. "Dúvidas" foi uma das primeiras canções levadas ao palco. Seguiram-se "Último Alento" e "Barca Bela" (a banda musicou o poema de Almeida Garrett), temas que levaram ao palco do Cinema Odéon, onde teve lugar a 7.ª edição do Rock Rendez-Vous.
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